Na abóbada celeste do sul da Ásia havia muitas estrelas e abaixo delas uma imensa floresta repleta de rosas, samambaias e grilos. Por várias noites o céu possuía estrelas abafadas com nuvens grandes, opacas e brancas. Além do vale daquelas estrelas ofuscantes, próximo a fazenda de amoras do senhor Nicolau Peixoto, nasceu uma minúscula lagarta de cor amarelo-ouro. A névoa ousava aparecer tomando a noite, os sons do mar faziam-se presente ecoando nos rochedos.
Havia um enorme penhasco, durante o dia a vista era maravilhosa. Lá de cima, a lagarta conseguia ver outros insetos, conseguia admirar o céu cheio de nuvens, via flores que eram consideradas magníficas, via folhas orvalhadas, dispostas em forma de dentes e que variavam do verde-claro ao verde-escuro.
Era outono, algumas folhas amarelas salientavam-se em meio a outros arbustos, assim ela se camuflava dos predadores, com esforço, se arrastava no caule das árvores do bosque.
O seu objetivo era um dia chegar ao topo de um arbusto no topo da montanha.
As vezes as aves apareciam e a pequena lagarta se ocultava em meio as folhas. Até que uma manhã, cansada de andar, a lagarta decidiu subir numa jabuticabeira. Aquela não era qualquer planta. A lagartinha preferiu escalar aquela árvore, pois seu tronco tinha folhas bem firmes.
A lagarta escalou alto, mas lentamente. Às vezes escorregava, deslizava e não conseguia progresso. Mesmo assim, o inseto não desanimou e, um dia após o outro, chegava ao seu objetivo, estava em um galho no qual conseguia ver todo o bosque.
No horizonte, borboletas sobrevoavam um extenso rio, as águas serpenteavam tranquilas. Naquele momento, ela respirava paz.
O inseto ficou paralisado com a beleza do lugar, observava tudo a sua volta e percebia que a vida era magnífica, acreditava que se transformar era uma etapa importante e traria sentido a sua vida.
Fatigada, mas feliz pela sua existência, ela cantava no alto da árvore. Mas, sabia que havia chegado uma nova fase, um novo ciclo se iniciaria, e em breve seria um novo ser, uma borboletinha dourada, em pensar que o mundo era grande e que o topo daquela árvore era apenas um pedaço de um vasto planeta.
Uma linda metáfora da nossa própria metamorfose. Consegui te ouvir lendo cada palavra 🐛🦋💛
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirLindas palavras 💞
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